O CORINGÃO VOLTOU
E lá estavam os loucos. Em uma casinha simples, bem ao estilo que se destaca o torcedor Corinthiano. Todos apertados numa salinha, havia por ali uns 7 laçados pela paixão alvinegra.
Da minha cabeça não saía 2008, onde a nossa volta por cima foi adiada. Então durante as horas que antecederam a decisão, tudo que lembrava que havia feito naquele 11 de junho, não os repetia no primeiro dia de julho de 2009. Não sei se superstição ganha jogo, mas ao menos, me ajuda a não sentir tão culpado por uma derrota. Coisas de torcedor.
A camiseta não estava em mim, a deixei guardada em casa, as bandeiras que me acompanharam naquela aterrorizante perda em 2008 também não tiveram vez. E o que também não me acompanhou foi o nervosismo daquela decisão.
Há muito tempo, aliás, em “nenhum tempo” vi junto tantos Corinthianos em um só lugar com uma tranqüilidade até preocupante. Pareciam anestesiados, dopados de calmantes.
Então, naquele momento, minutos antes do jogo já sentia que mais uma conquista viria para a Nação Popular.
Sensação sentida por quem há mais de 15 anos percorre o mundo preto e branco habitado por seres alienados por um amor eterno chamado Sport Club Corinthians Paulista.
Sensação comprovada nos dois belos gols marcados ainda no tempo inicial da decisão. Ampliando ainda mais a vantagem que possuía. E quem diria, acho que ninguém. Que os Corinthianos, sempre atormentados por sofrimentos, por massacres de desespero, pudessem comemorar um título nacional já no intervalo de uma final.
E lá estava o bando de loucos, até meio perdidos com a irônica facilidade de verem o Timão campeão.
Bando de loucos, unidos por Ti Corinthians.
Tri campeonato da Copa do Brasil confirmado, após o encerramento do jogo, e o bando aumentou. Já era uns 15 súditos desta idolatria inexplicável de nome Corinthians.
E lá, na pequena casa, via-se um resumo de como estava o Brasil naquela noite mais ou menos fria (pelo menos assim foi aquela noite em Carmo do Rio Claro MG).
E o bando foi até de madrugada no embalo do seu hino.
E o torcedor aqui supersticioso e já ciente da sua missão supersticiosa cumprida, vestiu o manto sagrado que um louco o emprestou.
E a polícia chegou. Ironia, gancho para piadas. Mas não era para prender ninguém e nem revistar o bando de louco. Era apenas para que aquele reduto de Corinthianos tivesse menos euforia. Nada de mais. O que tínhamos roubado era somente a felicidade. De quem a roubamos não sei. Só sei que “essa tal felicidade”, é muito mais feliz quando está com a Nação Popular.
Pois nessa Nação, não há artificialidade, não há infidelidade e não há nada que seja sinônimo de falta de emoção.
E o bando de louco, como vários bandos de loucos em todo o país por este incontrolável sentimento; foram dormir mais uma vez campeões. Para sorte da felicidade, porque alegria do povo é poesia tocada pela paixão e cantada pelo amor.
Aqui, lá, enfim, um bando de louco por Ti Corinthians, existe em qualquer lugar.